O Católico pode ser espírita?

   Essa pergunta, que me foi levantada por e-mail, aqui, com muito gosto respondo. Pode algo ser frio e quente ao mesmo tempo? Ou pode alguém ser e não ser ao mesmo tempo? Não.

Se se é espírita não se é católico e vice-versa. Verdadeiramente, o Católico não pode ser Espírita. É sabido dos próprios espíritas que a Bíblia veio pela Igreja Católica, e não o contrário. Ora, se a Igreja Católica formou a Sagrada Escritura, ela não poderia ser contra a mesma.

   O católico não pode ser espírita, em primeiro, porque ser espírita é estar contra a Bíblia, o que é um absurdo. A Sagrada Escritura que é afirma abominável a consulta aos mortos: "Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te há de dar, guarda-te de querer imitar as abominações daquelas gentes. Não se ache entre vós (...) quem indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas..." (Deuteronômio , XVIII, 9-12).

   Se Deus condenou como abominação consultar os mortos, como fazem os espíritas, não pode um católico ser espírita. Nem mesmo se algum bispo ou cardeal dissesse que é “legal e direito” praticar a necromancia (consulta aos mortos) isso valeria de alguma coisa, pois nem os bispos nem os cardeais são superiores à Sagrada Escritura. Vale, sim, o que a Igreja sempre ensinou com o texto da Sagrada Escritura: é uma abominação invocar as almas dos mortos. E esta condenação do que faz e recomenda o espiritismo jamais poderá ser levantada por um católico.

   Outra coisa que o espiritismo faz, é afirmar a doutrina condenada da reencarnação, negando o juízo de Deus após a morte e negando a existência e a possibilidade de ir ao inferno. Ora, Cristo nos disse: "Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?" (Luc. IX, 25). Logo, há almas que se perdem. Logo, não há reencarnação.

   Também na parábola das Virgens sábias e das Virgens loucas, Cristo não diz que, às loucas, foi dada uma nova oportunidade, mas que o esposo não as recebeu, e elas ficaram fora da morada, nas trevas. Sem nova oportunidade de comprarem o azeite que lhes faltou, numa outra vida. Foram julgadas e condenadas por sua imprudência.

Também Jesus Cristo, na parábola do rico e do pobre Lázaro, ensina que, quando eles morreram, foram imediatamente julgados por Deus, indo um para o seio de Abraão, e o outro para o inferno. Portanto, não há reencarnação. Não pode um católico ser contra a Sagrada Escritura e a favor da condenada reencarnação. E está escrito: "Está decretado que o homem morra uma só vez" (Heb, IX, 27). Portanto, não existe reencarnação.

   A doutrina da Reencarnação incentiva à imoralidade, porque cria a ilusão de que, no futuro, em outras vidas, será possível emendar-nos e salvar-nos. A doutrina de Cristo nos diz que temos uma só vida, no fim da qual prestaremos contas a Deus por todos os nossos atos. Aliás, a doutrina da reencarnação do espiritismo moderno foi elaborada por Hypolite Léon Rivail, membro de uma loja maçônica de linha gnóstica.

A Igreja sempre condenou a doutrina da reencarnação, por ser contrária à Sagrada Escritura, que sempre condenou a invocação dos espíritos, a necromancia. No Deuteronômio está escrito: "Quando entrares na terra que o senhor teu Deus te há de dar, guarda-te de imitar as abominações daquelas gentes. Não se ache entre vós quem (...) indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas essas coisas" (Deut. XVIII, 9 e 11-12)

Esperando ter elucidado a questão, por sinal muito bem levantada, subscrevo-me sinceramente,

In corde Jesu, semper,

Rangel Philipe.