Por que batizar crianças?

Esta pergunta foi levantada, com maior impacto, depois da Reforma luterana, quando os hereges procuraram contestar tudo o que a Igreja acreditava e praticava.
Não é difícil reparar, todo protestante mais se afirma contra a Igreja do que a favor de algo. O herege vive do ódio à Fé verdadeira.

Se um pai sabe que há uma epidemia de poliomielite, ele procura imediatamente vacinar seu bebê, sem pedir-lhe consentimento para isso. Estará ele violando a liberdade de seu filhinho? Será que deveria esperar que ele crescesse e escolhesse "livremente" se quer ser vacinado, ou se prefere ficar aleijado?
É evidente que o pai, querendo o bem de seu filho, irá vaciná-lo sem esperar que ele cresça para decidir por si mesmo.

Em que se fundamenta esse ato racional e bom do pai?
Primeiro porque ele conhece o que é realmente bom  para seu filho; segundo, porque ele sabe que o filho, se pudesse conhecer a situação, quereria, é claro ser vacinado; terceiro, porque ele é dono do filho e pode decidir por ele, o que é melhor para ele.
Tanto isso é certo que jamais, em lugar algum do mundo, alguém pensou em processar os pais por ter vacinado os filhos, alegando violação de sua liberdade.

Ora, o mesmo vale para o batismo. Quem sabe o bem que é ser batizado, tornando livre do pecado original, filho de Deus, membro da Igreja e herdeiro do céu, quer o quanto antes esses bens para seus filhos. Por isso, sendo os pais donos de seus filhos, podem decidir por eles que recebam o batismo o mais cedo possível.
A atitude assumida pelos protestantes, contrária ao batismo das crianças, exigiria também que eles fossem contrários à vacinação dos bebês contra a poliomielite, sarampo, etc. O que é um absurdo.

Isso é confirmado pela Sagrada Escritura. Conta os Atos dos Apóstolos, que, São Paulo e Silas, certa vez, estavam presos, houve um grande terremoto e a prisão ruiu. O carcereiro, pensando que os prisioneiros tivessem aproveitado a oportunidade para fugir, tentou se matar, no que foi impedido por São Paulo, que o avisou de que ninguém tinha fugido. O carcereiro, então, pediu a São Paulo o que deveria fazer para se salvar. São Paulo o instruiu, e diz a Sagrada Escritura, que  imediatamente, "foi batizado ele e toda a sua família" (Atos, XXVI, 26-34).

Portanto, pose-se supor que foram batizados também os filhos menores, já que ainda não havia a “família moderna” sem filhos.

Nota-se ainda que São Paulo não os levou a um rio para serem batizados. Portanto, o Batismo não precisa ser por imersão.

 

Por que Deus permite que algumas crianças morram antes de nascer ou quando ainda muito pequenas? Deus só quer o bem de todos. Viver mais ou menos tempo é um bem relativo, porque Ele não nos criou para vivermos neste mundo e sim no céu. Por isso, Ele nos deixa viver o tempo mais conveniente para nosso bem. A Providência de Deus guia as leis naturais. Se Ele permite que uma criança morra cedo ou bem pequena, isso não significa de modo algum que Deus vai destiná-las ao inferno. Se a criança foi batizada, ela vai diretamente ao céu, porque não tem culpa alguma. Se ela não foi batizada e está com o pecado original, ela não pode ser mandada ao inferno, porque ela não carrega culpa pessoal pelo pecado de Adão. Ela, porém, não pode entrar no céu, pois não foi redimida pelo sangue de Cristo, cujos méritos ela receberia no batismo. Isso tudo não quer dizer que essa criança vai estar perdida. Por que Deus, em sua infinita Sabedoria e Justiça, é também infinito em Misericórdia.

 

In corde Jesu, semper, Rangel Silva.