Por que ser Católico?

Para ser católico é preciso crer em tudo o que Deus revelou e aceitar os sacramentos que Ele insituiu, assim como a Igreja que Ele fundou sobre Pedro.
Quando Pedro confessou que Jesus era o Filho de Deus vivo, feito homem, Cristo lhe disse:

"Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que revelou isto à ti, mas meu Pai que está no céu. E Eu te digo, que tu és Pedro, e sobre essa pedra Eu edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus" (Mt. XVI, 17-20).

Nosso Senhor mudou o nome de Simão para Pedro, e, quando Deus muda o nome de algo ou de alguém, muda algo nesse algo ou nesse alguém. Logo, chamando Simão de Pedro (do hebraico = Pedra), Cristo mostra que usaria Pedro como a pedra fundamental da Igreja. Por isso, Ele diz logo depois, "Sobre esta pedra Eu edificarei a minha Igreja".

Ora, naquele tempo, para construir um grande edifício, procurava-se fazê-lo sobre uma pedra grande, chamada fundamental, capaz de suportar o peso do edifício que seria feito. Na igreja, que é um "edifício" espiritual, uma sociedade divina e humana, a pedra fundamental, como em todas as sociedades, é a autoridade. Cristo, então, com esse gesto, colocou Pedro como autoridade suprema na Igreja. E tanto o colocou como chefe da Igreja, que disse que lhe daria "as chaves do Reino dos Céus".

E quem tem as chaves de uma casa, ou de uma sociedade, é o seu chefe, que, logo, tem o poder de abrir, de fechar, de aprovar ou desaprovar, enfim, de governar. Pedro é o chefe da Igreja, para ensiná-la e governá-la com a autoridade dada por Cristo.
E essa autoridade é infalível, já que Cristo declara que tudo o que Pedro decidir, aprovando ou condenando, já foi aprovado ou condenado no Céu: "tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus" (Mt. XVI, 17-20).

Por isto dizer, que, quando Pedro aprova algo na terra, Deus seria obrigado a fazer o mesmo no céu? É claro que não.

Portanto, isto significa, que quando Pedro, o papa, aprova algo na Igreja, sobre a terra, é que Deus já o aprovou no céu. Quando Pedro condena algo sobre a terra, Deus já condenou isso, no céu. Isto é, Pedro é infalível quando aprova ou condena algo sobre a terra, usando as chaves que lhe foram dadas por Cristo, ou seja, o poder que Jesus lhe deu, ensinando a Igreja algo sobre Fé ou Moral, decidindo uma questão.

Por exemplo, quando o sucessor de Pedro, Leão X, condenou as heresias protestantes de Lutero, Calvino, Zwinglio etc, Deus já havia condenado essas mesmas heresias no céu.

A infalibilidade pontifícia foi concedida por Cristo a Pedro e a todos os seus sucessores.
A infalibilidade papal é exercida quando o Papa se pronuncia "ex-cathedra", isto é, oficialmente como sucessor de Pedro, em sua cátedra, como Bispo de Roma e soberano da Igreja Católica.

As condições para o exercício do carisma da infalibilidade, de acordo com o dogma estabelecido pelo Concílio Vaticano I, em 1870, são quatro:

1 - Que o Soberano Pontífice se pronuncie como sucessor de Pedro, usando os poderes das chaves, concedidas ao Apóstolo pelo próprio Cristo;
2 - Que se pronuncie sobre Fé e Moral;
3 - Que queira ensinar à Igreja inteira;
4 - Que defina uma questão, declarando o que é certo, e proibindo, com anátema, que se ensine a tese oposta.

Portanto, para exercer um ato infalivelmente, em qualquer documento ou forma de pronunciamento, seja numa encíclica ou num decreto especial, bula, constituição apostólica etc. - o Papa precisa deixar claro que o faz nessas quatro condições acima citadas.

Assim, como exemplo, o discurso de Paulo VI na ONU, onde ele declara que lá se pronunciava como doutor em humanidades, não é infalível, porque ele não se pronunciou como Papa.

Quando o Papa ensina com o poder dado por Cristo, ele não pode errar.

Só se tem opinião daquilo que não se conhece, ou do que pode vir a acontecer, ou não. Do que é conhecido não se pode ter opinião. Eu não tenho a opinião que estou escrevendo no computador, como não tenho opinião que o sol é quente, e que o fogo queima. Essas coisas eu sei. Mas posso ter opinião de que viverei ainda 5 anos, porque isso ninguém sabe.

A obediência ao Papa não é cega porque provém da Fé que, logo, não é contra a razão. Pelo contrário, a Fé é razoável.

A razão compreende que Deus existe (a existência de Deus não é um ato de fé, mas é provada pela inteligência, cf. As Provas da Existência de Deus).

Podemos concluir que, sendo Deus criador, Ele é bom e quer o nosso bem. Compreendo que Ele é Sabedoria inifinita, que tudo sabe, que não pode mentir, e que não pode nos enganar.

Sei que Deus pode se revelar e que se revelou, por exemplo, a Moisés e por Cristo. E os fatos históricos mostram que Cristo era de imensa Sabedoria e bondosíssimo. Ora, esse Jesus declarou ser Deus. Se Ele era sapientissimo, e Ele o era, se declarou Deus e fez imensos milagres provando isso, e ressuscitou dos mortos, Ele ou era mesmo Deus ou era louco. Se era louco não podia ser sapientíssimo. E Ele era sapientíssimo e bondosíssimo. Logo Ele era Deus.


Esse mesmo Jesus fundou a Igreja para que esta nos ensinasse a verdade e nos administrasse os sacramentos, que Ele instituiu para a nossa salvação. Logo, como se pode perceber, é razoável crer em Cristo e na Igreja.

In corde Jesu, semper, Rangel Alves.