As velas começaram a ser usadas já no primeiro século, quando as cerimônias eram realizadas nas catacumbas, e tinham uma finalidade prática: visava-se iluminar os livros e textos a serem lidos nas cerimônias litúrgicas.
Entretanto, como podemos conferir na Sagrada Escritura, Deus tudo fez carregado de símbolos, e quem tem olhar claro e coração puro, consegue entender isso. Como sabemos, uma vela é feita de um pouco de sebo, tendo, no seu interior, um barbante, chamado pavio, a "alma" da vela. Ao se colocar fogo no pavio, o fogo vai consumindo a vela, produzindo luz e também calor.
Ora, nós também temos um corpo de "sebo", e nossa alma é simbolizada pelo pavio da vela. Quando se acende o fogo da fé verdadeira em nossa alma, e nós a aceitamos, o fogo da fé ilumina nossos semelhantes com a sua luz, e aquecemos nossos irmãos com o calor da caridade.
E assim como o fogo da vela a vai consumindo, assim também o fogo da verdade católica vai consumindo o fiel, fazendo com que ele gaste sua vida, para produzir a luz da verdade e o calor da caridade para os demais homens, como pede Nosso Senhor Jesus. (cf.Mc. IX, 50; Mt. V, 13-14 e Lc. XIV,34 ss.)
Esse é o símbolo das velas que colocamos sobre os altares e nas mãos dos moribundos, afirmando que queremos nos consumir para iluminar e aquecer nosso próximo, ou que o moribundo consumiu sua vida, agindo assim, na caridade. As velas, como podemos ver, não tem mais uma finalidade prática, mas têm um significado lindíssimo na história.
In corde Jesu, semper, Rangel Silva.