Eis aqui um assunto muito interessante. O Purgatório. Evidentemente a Igreja Católica não inventou o purgatório, como dizem alguns. Como sabemos, existem textos da Sagrada Escritura que o fundamentam. Vamos então, citar alguns deles, para que os leitores os aproveitem.
Em São Mateus se lê que Cristo disse: "Por isso vos digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, porém, a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Todo o que disser alguma palavra contra o Filho do homem, lhe será perdoado; porém o que a disser contra o Espírito Santo não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no futuro" (Mt. XII, 31-32).
Por conseguinte, Nosso Senhor nos deixa de maneira clara que há pecados que são perdoados no mundo futuro. Com essas palavras Cristo nos ensinou que há pecados que Deus perdoa após a morte. Portanto, existe o purgatório.
E ainda diz:
"Não sairás de lá (da prisão) antes de ter pago o último quadrante." (S.Mateus, V, 26).
Nosso Senhor se refere portanto à vida futura, ou, como chamamos, purgatório.
Os primeiros cristãos já sabiam disso, pois liam os Evangelhos e os Apóstolos lhos explicavam.
Também no livro II dos Macabeus se afirma que "É um santo e saudável pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados" (II Mac. XII , 46).
Ora, documento mais antigo e mais autêntico do que a própria Sagrada Escritura não existe.
Entretanto, é preciso lembrar que já entre os judeus era costume, após a morte de alguém, rezar durante onze meses seguidos a Deus, para que se apressasse a purificação da alma da pessoa falecida. Rezava-se, então, a oração chamada Qaddish, palavra que deriva de Qaddosh, ou seja santo, para pedir a santificação da alma da pessoa falecida. Os judeus já faziam isso, baseados no livro dos Macabeus, e essa tradição continuou na Igreja.
In corde Jesu, semper, Rangel Alves.